Como é feito o diagnóstico de epilepsia?

Saiba como os médicos identificam a doença e quais são os exames feitos para avaliar as crises epilépticas

Em termos estatísticos, de 1% a 2% da população pode viver uma crise epiléptica em algum momento da vida. Mas, um diagnóstico de epilepsia de fato depende de alguns aspectos que precisam ser observados com bastante atenção. 

Isso porque, por mais que existam exames que ajudam na descoberta da doença, o diagnóstico da epilepsia é clínico: ou seja, ele parte da descrição da crise vivenciada pelo paciente e por seus familiares, e é a partir desse relato que a doença será investigada.  

Por isso, muitas vezes os médicos recomendam que as crises suspeitas sejam filmadas com o celular, pois isso ajuda o profissional a identificar o tipo de episódio ocorrido e a entender qual o tratamento adequado. 

Qual é o exame para diagnosticar epilepsia?

O eletroencefalograma, a tomografia e a ressonância magnética são alguns dos procedimentos recomendados pelos neurologistas para investigar as razões por trás de uma crise epiléptica. 

O objetivo desses exames é identificar alterações cerebrais que em alguns casos podem ser tão pequenas que nem chegam a aparecer na “foto”. 

Portanto, um resultado normal de um desses exames não necessariamente significa que o paciente não tenha epilepsia, mas eles ajudam a avaliar os riscos da doença. 

Tive uma crise epiléptica. Tenho epilepsia?

Para a Liga Internacional Contra Epilepsia, uma única crise isolada não é capaz de definir um diagnóstico de epilepsia. De acordo com essa classificação, a pessoa é considerada epiléptica se ela tiver pelo menos dois episódios, com um intervalo mínimo de 24 horas entre eles. O diagnóstico de epilepsia também pode existir se houver uma chance de recorrência de crise maior que 60%. Esta chance é avaliada pelo médico, com ajuda dos exames complementares. 

Porém, existem ressalvas importantes nesse item: alguns tipos de crise não são tão visíveis e podem passar despercebidas, enquanto outras podem parecer uma crise epiléptica, mas não ser. 

Vale destacar que, mais do que a quantidade de crises, é o motivo pelo qual elas aconteceram – ou a ausência de um motivo – que vai definir se a pessoa tem ou não epilepsia. 

O que provoca uma crise epiléptica?

O desequilíbrio dos estímulos elétricos no cérebro que provocam a crise epiléptica pode ter origens diversas. Um trauma cerebral, um sangramento, uma cicatriz deixada por um AVC, um quadro de febre ou infecção e até mesmo o consumo de álcool e drogas podem motivar um ataque epiléptico.

Mas se ele não aconteceu por nenhuma razão aguda aparente, dizemos que a crise foi espontânea (ou não provocada) e isso significa que o paciente corre o risco de desenvolver uma segunda crise. É justamente essa predisposição a ter novos episódios que leva ao diagnóstico de epilepsia. 

Independentemente de a crise ter sido provocada ou não, é fundamental que o paciente procure por um médico, para que seja possível definir um tratamento, seja para a epilepsia diagnosticada ou para a outra condição que possa ter gerado a convulsão. 

Dra. Isabella D'Andrea Meira
RQE nº 38615 / 38616 - CRM 62695
• Neurologista
• Neurofisiologista

“A informação é uma ferramenta essencial na luta contra a doença e o estigma que afeta a vida de milhares de pessoas com epilepsia. Contribuir com informação de qualidade para quem tem interesse no tema foi um dos principais objetivos deste site. Poder ajudar as pessoas a terem conhecimento dos principais tratamentos de uma forma simples e clara possibilita a busca por um melhor tratamento individualizado e para uma boa qualidade de vida.”
Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro com Residência Médica em Neurologia pela UFRJ. É Mestre em Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo. Possui Doutorado em Epilepsia pela UFRJ. Obteve Título de Especialista em Neurologia e em Neurofisiologia Clínica. Coordena o Centro de Epilepsia do Instituto do Instituto do Cérebro Paulo Niemeyer, é professora da Universidade Federal Fluminense, Presidente da Regional do Rio de Janeiro da Academia Brasileira de Neurologia (ABN-RJ).

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