Conheça as medidas de primeiros-socorros para crises de epilepsia

Saiba como agir e amparar com segurança a um paciente com epilepsia durante as crises convulsivas

Os primeiros socorros podem fazer muita diferença durante uma crise epiléptica, principalmente em casos de convulsão (as chamadas crises tônico-clônicas). São cuidados que vão ajudar a garantir a segurança da pessoa com epilepsia e impedir que algo mais grave aconteça com ela. 

Mantenha a cabeça virada para o lado

A pessoa que estiver tendo uma crise tônico-clônica deve ser mantida deitada e com a cabeça virada para o lado. 

Durante a convulsão, o paciente produz uma grande quantidade de saliva que ele não conseguirá engolir e que poderá ser aspirada pelos pulmões. A pessoa corre o risco de sufocar ou até mesmo de desenvolver uma pneumonia por conta disso. 

Com a cabeça virada de lado, a saliva escorre para fora da boca, diminuindo o risco dessas complicações. 

Não tente abrir a boca da pessoa em crise

Colocar a mão dentro da boca de uma pessoa que está passando por uma crise tônico-clônica é também um risco para quem está amparando o paciente. 

Durante o episódio convulsivo, o epiléptico perde a consciência e os reflexos. Os espasmos são tão violentos que ele acaba mordendo a própria língua e poderá morder também quem puser a mão em sua boca.

Vale destacar que aquela história de que uma pessoa com epilepsia pode engolir a própria língua durante uma crise não passa de um mito.

Apoie a cabeça em um lugar macio

É importante deitar a cabeça da pessoa em crise sobre uma superfície macia, pode ser uma almofada, um casaco, ou até a perna de quem estiver prestando os primeiros socorros. Isso evita que ela bata com a cabeça no chão ou em outras superfícies mais duras e acabe se machucando. 

Também é importante afrouxar gravatas, remover cordões do pescoço, óculos, relógios ou outros objetos que possam causar asfixia ou ferimentos durante a convulsão. 

Fique de olho no relógio

As crises mais fortes costumam durar menos de dois minutos, começam e terminam espontaneamente. Mas para quem presencia um ataque convulsivo, isso pode parecer uma eternidade!

É importante acompanhar o relógio nesse momento, pois se a crise demorar mais que o normal, vai ser preciso chamar uma ambulância. Caso o epiléptico tenha se machucado gravemente durante a convulsão, também é importante procurar ajuda médica.

Quais são os cuidados depois que a crise epiléptica passar?

Quando a pessoa termina de passar por uma crise tônico-clônica, ela não recobra os sentidos totalmente de imediato: ela pode ficar confusa, tentar se levantar e cair ou atravessar a ruas sem olhar para os lados, por exemplo. 

Por isso é importante acompanhá-la por algum tempo, mesmo que a crise tenha passado. Evite segurar o paciente de forma intensa, pois ele poderá achar que está sendo agredido e reagir. Lembre-se: ele ainda está recuperando a consciência. 

Dra. Daniela Bezerra
RQE nº 75867 - CRM 109823
• Neurologista infantil

“O olhar mais aprofundado e diferenciado para essa patologia é muito importante para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e cuidadores. Não adianta só trabalhar a crise, é preciso trabalhar um contexto. São abordagens diversas, de diagnóstico, escuta, tratamento. A informação faz parte do empoderamento e de suas famílias.” Graduada em Medicina pela Universidade Severino Sombra (2002). Possui formação em Pediatria e Neurologia Infantil pela Faculdade de Medicina do ABC, onde atualmente é Médica afiliada do Departamento de Neurociências e Coordenadora do Ambulatório de Epilepsia Infantil, especializado em epilepsia de difícil controle com abordagem em dieta Cetogênica, avaliação cirúrgica e neuromodulação.

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