O Estimulador do Nervo Vago (VNS) é a neuromodulação aprovada há mais tempo no tratamento das epilepsias farmacorresistentes. Trata-se de uma das alternativas para proporcionar a redução das crises epilépticas.
Sua atuação acontece da seguinte forma: um gerador funciona como um pequeno computador acoplado a um eletrodo (um tipo de fio) que é conectado ao nervo vago no pescoço. Esse eletrodo transmite estímulos elétricos ao nervo, que vão até o cérebro e assim modificam seu funcionamento, ajudando no controle das crises.
A quem a Terapia VNS pode beneficiar?
Para responder a essa pergunta, é preciso dar um passo atrás: a cirurgia ressectiva é o tratamento cirúrgico com maior chance de deixar um paciente livre de crises nos casos das epilepsias farmacorresistentes. Mas nem sempre ela é possível.
Além disso, uma parte significativa dos pacientes operados, mesmo nos Centros de Epilepsia mais experientes, não fica livre de crises.
Por isso, nos casos de pacientes que não são candidatos à cirurgia ressectiva ou daqueles que não ficaram com as crises controladas após a cirurgia, a Neuroestimulação (ou neuromodulação) é uma opção de tratamento paliativo. Na maioria dos casos, a pessoa não fica 100% livre, mas a frequência e a intensidade das crises são reduzidas, melhorando sua qualidade de vida.
Quais são as opções de Estimulador de Nervo Vago?
Existem vários modelos de terapia VNS, que evoluíram e melhoraram desde seu primeiro lançamento há mais de duas décadas. De modo geral, o dispositivo ficou menor, mais fino e a duração da bateria aumentou.
Com a evolução tecnológica, também foi possível agregar outras funções, como a capacidade do dispositivo de detectar o aumento na frequência cardíaca que ocorre na maioria das crises Quando isso acontece, o próprio aparelho fornece uma estimulação adicional, que pode muitas vezes interromper a crise.
Quais são os benefícios do Estimulador de Nervo Vago?
O VNS melhora a qualidade de vida das pessoas com epilepsia, muito além do controle das crises. Estudos mostraram uma melhora subjetiva na qualidade de vida em 84% dos pacientes. Além disso, existe uma melhora na frequência e intensidade das crises, no humor, atenção, redução da necessidade de atendimentos de emergência e internações por crises.
Dessa forma, para as pessoas que não controlam as crises a avaliação para cirurgia de epilepsia deve ser realizada. O VNS será uma das opções, especialmente nos casos que não podem ser submetidos a/ou que falharam na cirurgia ressectiva.
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