Nem toda convulsão é um episódio de epilepsia. Para entender este fato, é importante lembrar que as crises epilépticas se manifestam por causa de um desequilíbrio na atividade elétrica de algumas regiões cerebrais ou nos dois lados do cérebro. E uma a cada dez pessoas pode passar por essa situação em algum momento na vida, tendo ou não o diagnóstico de epilepsia.
Algumas condições parecem crises epilépticas, mas não são, como desmaios de origem cardíaca, distúrbios do movimento, entre outras. Esses eventos são considerados crises de origem não epiléptica.
Nas crises não epilépticas psicogênicas, a sobrecarga elétrica cerebral não acontece: elas são consequências de distúrbios psicológicos, psiquiátricos ou podem decorrer de algum evento traumático em específico.
Mas, na prática, esse tipo de manifestação apresenta características bastante semelhantes às crises de epilepsia e costuma ser confundido até mesmo por quem entende do assunto.
Como diagnosticar uma convulsão ou crise não epiléptica?
O diagnóstico incorreto de epilepsia em pessoas com crises não epilépticas é bastante comum. Estima-se que um quarto dos pacientes que continuam tendo crises mesmo com tratamento não têm a doença de fato.
Esse erro acaba atrasando o diagnóstico correto de outras doenças e levando a tratamentos inadequados, que impactam a qualidade de vida dos pacientes de forma muito negativa. É uma questão desafiadora para os médicos, pois pacientes com epilepsia também podem ter crises não epilépticas.
O teste mais confiável para identificar crises psicogênicas é o videoeletroencefalograma. Como o próprio nome do exame sugere, o paciente é filmado e monitorado por eletrodos de forma simultânea.
Assim, o especialista consegue identificar se a crise convulsiva está ou não ligada a uma sobrecarga elétrica no cérebro.
Existe tratamento para crises não epilépticas?
Sim. As crises não epilépticas são sintomas de distúrbios psicológicos e psiquiátricos e por isso também precisam ser tratadas como qualquer outra doença. O tratamento com terapia cognitiva comportamental (também conhecida como TCC) e o uso de antidepressivos conhecidos como inibidores de recaptação da serotonina têm se mostrado eficazes.
Comente