O que você precisa saber sobre cirurgia para epilepsia

Saiba quem pode precisar seguir esse caminho e conheça os principais tipos de tratamento cirúrgico para epilepsia

Para entender se há necessidade de tratar a epilepsia com cirurgia, é preciso dar um passo atrás e verificar que, em grande parte dos casos, as pessoas com epilepsia conseguem bons resultados no controle de crises com o uso da primeira medicação receitada pelo médico. 

Quando isso não ocorre, se pode tentar o uso de um segundo ou até de um terceiro medicamento, que podem ser associados ou utilizados de forma isolada. Se o tratamento é seguido à risca, mas as crises continuam acontecendo, o paciente é então considerado farmacorresistente.

Isso significa que suas chances de tratar da epilepsia apenas com o uso de medicamentos são bastante reduzidas e, portanto, outras opções de tratamento devem ser usadas. A indicação de cirurgia de epilepsia só está indicada nesse grupo de pessoas. Estudos apontam que quase um terço das pessoas diagnosticadas com a doença se encaixa nesse perfil e precisa do auxílio de um centro especializado em epilepsia para encontrar uma alternativa de tratamento.

Como saber se devo tratar minha epilepsia com cirurgia?

Isso quem vai dizer é o Neurologista e Neuropediatra especialista em epilepsia. Primeiro ele faz uma avaliação clínica, realiza exames de imagem e testes neuropsicológicos para descobrir em qual parte do cérebro as crises estão começando. Algumas avaliações são mais minuciosas e demandam a introdução de eletrodos no cérebro, para que o foco da crise seja localizado com precisão. Descobrindo onde as crises começam, o especialista vai saber se a área pode ser operada e qual o tipo de cirurgia mais adequada. Também é verificada nessa avaliação se a retirada do foco irá causar um déficit neurológico importante, pois caso isso ocorra o tratamento cirúrgico deve ser repensado. 

Quais são os tipos de cirurgia para epilepsia?

Existem muitos tipos de tratamento cirúrgico para a epilepsia: 

  • Nas cirurgias ressectivas, é retirada a parte do tecido cerebral onde as crises começam. 
  • Já nas cirurgias desconectivas, como o próprio nome sugere, são interrompidas as comunicações cerebrais com as áreas responsáveis pelo início da crise. 

Em ambos os casos, os procedimentos são feitos quando o médico especialista em epilepsia entende, após avaliação clínica e exames, que a cirurgia pode ser realizada sem deixar sequelas no paciente. 

Se isso não for possível, existem outros tipos de opções,  como implante de aparelhos e eletrodos que vão ajudar a regular a transmissão dos impulsos elétricos dentro do cérebro, evitando crises. Duas opções são disponíveis no Brasil, o Estimulador do Nervo Vago (VNS) e a Estimulação Cerebral Profunda (DBS).

A cirurgia para epilepsia tem riscos?

Da mesma forma que qualquer outro tratamento cirúrgico, a cirurgia para epilepsia apresenta riscos, que felizmente são muito baixos quando a avaliação é feita de maneira adequada por médicos com experiência e em centros especializados.

O mais perigoso é continuar com as crises. No longo prazo, as crises frequentes podem trazer diversas consequências, como redução de aprendizado e capacidades mentais, maior risco de problemas emocionais e sociais, pois o paciente fica incapacitado de dirigir e até mesmo de trabalhar. 

O risco de morte também é maior para quem convive muito tempo com as crises do que em pacientes que optam por fazer a cirurgia no tempo adequado. 

Dra. Leila Maria Da Róz
RQE nº 82689 - CRM 124986
• Neurocirurgiã

“Uma das principais dificuldades em lidar com epilepsia é o diagnóstico diferencial com outras doenças que podem ser confundidas com epilepsia. A missão do grupo é reunir diversas especialidades que trabalham com epilepsia a fim de oferecer informação, auxiliando médicos e pacientes a atingir diagnóstico correto e precoce e tratamentos adequados.”
Possui graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo (2006). Especialização em Neurocirurgia no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, término em janeiro de 2012. Realizou estágio em Radiocirurgia no "Hôpital La Timone" em Marseille sob supervisão do Prof. Jean Régis (Aix-Marseille Université) e "Research Fellow" em Anatomia Microcirúrgica com o Prof. Albert Rhoton no "Mcknight Brain Institute" (Universidade da Flórida). Doutorado em Neurologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo concluído em setembro de 2016.

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