Você conhece a Síndrome de West?

Saiba quais são as principais características e os tratamentos utilizados para esse tipo de epilepsia que se manifesta na infância.

A Síndrome de West é um tipo de epilepsia que se inicia ainda na infância, ocorrendo nos primeiros dois anos de vida, com início desde os primeiros meses de vida do bebê. Sua principal característica clínica é a ocorrência de um tipo específico de crise: os espasmos. Esses movimentos corporais são frequentemente descritos como “sustos” e geralmente são a primeira manifestação da Síndrome de West. 

Quais são os principais sintomas da Síndrome de West?

Os espasmos infantis são um tipo de crise epiléptica comum na Síndrome de West. Esses espasmos são movimentos repetitivos, súbitos e incontroláveis como queda de cabeça, movimentos de tronco e membros que podem ser mais bruscos ou sutis. Podem ocorrer em flexão (a criança se curva para a frente), em extensão (a criança estende rapidamente os membros para trás ou ainda estas duas formas aparecendo juntas (misto).

Vale destacar que é comum esses movimentos serem confundidos com sustos, cólicas ou refluxo. Na dúvida, os pais devem gravar em vídeo os episódios e levar ao médico para ajudar nesta diferenciação. 

Além das crises tipo espasmos, essas crianças apresentam atraso no desenvolvimento.

Na suspeita de Síndrome de West, além da avaliação clínica minuciosa, o exame de eletroencefalograma é bastante útil, pois neste caso encontramos alterações específicas e características desta síndrome epiléptica.

Quais são as causas da Síndrome de West?

Nem sempre é possível determinar com exatidão a sua causa, mas as principais situações encontradas em crianças com Síndrome de West são malformações cerebrais, hipóxia perinatal (falta de oxigenação durante o parto ou logo após o nascimento do bebê), doenças metabólicas e genéticas (como Síndrome de Down ou outras alterações genéticas menos comuns).

Existe tratamento para a Síndrome de West?

A Síndrome de West não tem cura, mas tem tratamento! Quanto mais cedo ele for iniciado, menores serão as consequências desta síndrome para as crianças acometidas. Sem o tratamento adequado, há maiores riscos de comprometer o desenvolvimento da criança e ocorrerem sequelas neurológicas permanentes.

O uso do hormônio injetável ACTH, corticoides e o medicamento anticonvulsivante Vigabatrina, são as principais opções de tratamento para a Síndrome de West atualmente.

Outros medicamentos anticonvulsivantes podem também ser utilizados. Outra opção de tratamento possível é a dieta cetogênica (um tipo específico de dieta bastante utilizada para pacientes com epilepsia).

Vale sempre ressaltar a necessidade de acompanhamento com um médico especialista, neste caso um neuropediatra, que irá avaliar qual a opção de tratamento é mais adequada, de acordo com cada caso.

Síndrome de West: um passo a passo para o diagnóstico

01. Perceba os sinais! Movimentos súbitos, repetitivos e incontroláveis como queda de cabeça ou convulsões são os primeiros sintomas da Síndrome de West.

02. Na dúvida, grave! Filmar a crise com a câmera de um celular, por exemplo, pode ajudar na obtenção do diagnóstico.

03. Procure um médico especialista! O médico vai fazer a avaliação clínica e se constatar alterações clínicas e no eletroencefalograma do paciente poderá confirmar o diagnóstico.

04. Inicie o tratamento! Quanto mais cedo a Síndrome de West for tratada, menores são as chances de prejuízos no desenvolvimento e na saúde da criança.

Dra. Daniela Bezerra
RQE nº 75867 - CRM 109823
• Neurologista infantil

“O olhar mais aprofundado e diferenciado para essa patologia é muito importante para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e cuidadores. Não adianta só trabalhar a crise, é preciso trabalhar um contexto. São abordagens diversas, de diagnóstico, escuta, tratamento. A informação faz parte do empoderamento e de suas famílias.” Graduada em Medicina pela Universidade Severino Sombra (2002). Possui formação em Pediatria e Neurologia Infantil pela Faculdade de Medicina do ABC, onde atualmente é Médica afiliada do Departamento de Neurociências e Coordenadora do Ambulatório de Epilepsia Infantil, especializado em epilepsia de difícil controle com abordagem em dieta Cetogênica, avaliação cirúrgica e neuromodulação.

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