Tratamento de Epilepsia: os principais pontos que você precisa saber

Vamos falar sobre as principais formas de tratamento da Epilepsia!

Antes de falarmos sobre os tratamentos da Epilepsia, é importante lembrarmos sobre o que é, exatamente, a Epilepsia. Manifestada no cérebro, popularmente a epilepsia é conhecida pelas convulsões, que são as contrações do corpo de forma repetitiva e involuntária. Ainda que este não seja o principal sintoma. A epilepsia pode, também, se manifestar através de formigamentos, descontroles de movimentos e alteração da visão e da audição.

Vamos então falar sobre as principais formas de tratamento da Epilepsia!

Medicamentos funcionam na maioria dos casos

Quando se fala sobre tratamento, as pessoas com Epilepsia terão suas crises controladas com medicação, na maioria dos casos. Muitas vezes o uso deve ser feito de forma contínua e prolongada. Em muitos casos, o tratamento deve ser feito pela vida toda e sempre acompanhado pelo médico, com consultas regulares e exames. Fazendo dessa forma, é seguro e protege contra as crises, permitindo que a vida siga com qualidade.

Mas em até 20-30% das pessoas com Epilepsia, os medicamentos não são capazes de controlar as crises. Em geral o controle é obtido na primeira ou segunda medicação, na maioria dos casos. Mas quando as crises persistem após tentativa de dois ou mais medicamentos, é importante que seja feita uma avaliação especializada.

Existem neurologistas e neuropediatras com especialização em Epilepsia. Em geral esses profissionais trabalham em Centros Especializados e com um grupo de outros profissionais, incluindo Neurocirurgiões, Neuropsicólogos e Radiologistas.

Quando os medicamentos não controlam as crises

A avaliação por um especialista em Epilepsia está indicada para quem continua com crises. É uma avaliação mais completa e específica do caso e alguns pontos serão revistos:

1- Se o diagnóstico de Epilepsia está correto. Existem algumas doenças que podem apresentar sintomas que imitam as crises de epilepsia, e isso deve ser revisto em detalhes.
2- Se confirmado o diagnóstico de Epilepsia, o profissional deve investigar qual é o tipo de crise apresentada. Existem alguns tipos de crises que necessitam medicações específicas e podem, inclusive piorar com alguns tipos de medicamentos.
3- Confirmar se o medicamento está correto, se a dose utilizada está sendo eficaz, se não estão ocorrendo interações que prejudicam o funcionamento e se a pessoa está tomando de maneira regular.
4- Nos casos em que se confirma a falha no controle de crises após o uso de duas ou mais medicações, a avaliação para outras opções de tratamento deve ser feita.

Cirurgia de Epilepsia

Para pessoas com Epilepsia que falharam no controle de crises após o uso adequado das medicações, é necessária a consulta com um especialista para uma avaliação mais profunda, que inclua a possibilidade de tratamento cirúrgico, com retirada da área cerebral em que as crises estão começando (“foco”). Esta decisão é prevista quando a cirurgia seja segura e não leve a sequelas para o paciente. É necessário, ainda, averiguar outras opções, como o uso de neuroestimuladores cerebrais, com o VNS, DBS, e a dieta cetogênica.

A avaliação nos casos mais graves começa com um neurologista / neuropediatra especialista em Epilepsia, muitas vezes necessitando realizar um exame de vídeo eletroencefalograma (também conhecido por vídeo
EEG). O neurocirurgião entra no tratamento após a avaliação para discussão das opções cirúrgicas de tratamento, tendo em vista os achados encontrados na avaliação.

A cirurgia de Epilepsia, quando indicada de maneira correta, tem chance alta de sucesso, muito superior à tentativa de novas medicações, e é segura. Estudos apontam que continuar com as crises leva a um risco de vida maior, portanto não devemos deixar essa possibilidade de lado ou adiar esta opção, que pode ser muito resolutiva.

Sempre consulte um especialista: o tratamento adequado pode melhorar, e muito, a vida das pessoas com Epilepsia.

Dr. Lecio Figueira Pinto
RQE nº 48041 - CRM 110924
• Neurologista
• Neurofisiologista


“A epilepsia manifesta-se de diferentes formas e possui abordagens diversas. Nossa principal motivação é ajudar pessoas a cuidar da doença, tratar das crises, ter mais qualidade de vida. É uma doença como outra qualquer e precisa ser encarada sem preconceito.”
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (2003), Residência Médica em Neurologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2006), Especialização em Neurofisiologia Clínica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2007), Estágio de Complementação Especializada em Epilepsia pelo Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2008).
É doutor pelo programa de pós-graduação de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2013). Neurologista no Hospital Samaritano – SP (2007 até presente), Médico Assistente da Divisão de Clínica Neurológica do Hospital das Clínicas - FMUSP (2009 até o presente), integrando os grupos de Emergências Neurológicas e Epilepsia (2014 até o presente). Coordenador do Ambulatório de Epilepsia do Hospital das Clínicas - FMUSP (2015 até o presente).

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