Estimulação Cerebral Profunda no Tratamento da Epilepsia

Hoje vamos falar sobre as principais etapas da Estimulação Cerebral Profunda (DBS) e como esse tratamento oferece uma nova perspectiva para pacientes com epilepsia refratária.

O que é DBS?

A Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é um tratamento direcionado para pacientes com epilepsia refratária, aqueles cujas crises epilépticas não são controladas adequadamente apenas com medicamentos e que não são candidatos à cirurgia ressectiva (remoção da lesão que gera as crises). O DBS é uma alternativa promissora, geralmente considerada após a estimulação do nervo vago (VNS), devido à sua complexidade e natureza invasiva.

Como funciona o DBS?

O DBS funciona de maneira semelhante a um marca-passo, enviando impulsos elétricos para regiões específicas do cérebro. Esses impulsos podem levar a uma reorganização da atividade cerebral, resultando em uma diminuição do número de crises epilépticas. O processo envolve várias etapas, desde a avaliação pré-cirúrgica até o acompanhamento pós-operatório.

Etapas do Tratamento com DBS

  • Avaliação Pré-cirúrgica: O paciente passa por uma avaliação detalhada que inclui história clínica, exame físico, monitoramento de crises através de vídeo-eletroencefalograma (VEEG) e exames de ressonância magnética com sequências específicas para epilepsia.
  • Cirurgia de Implante: Durante a cirurgia, um aparelho de estereotaxia é usado para localizar precisamente o ponto no cérebro onde o eletrodo será implantado. Esse processo utiliza imagens de tomografia e ressonância para determinar o alvo nos dois lados do cérebro.
  • Implantação do Eletrodo: Os eletrodos são cuidadosamente colocados nas áreas designadas do cérebro para maximizar a eficácia do tratamento.
    Implantação da Bateria: A bateria, que alimenta os eletrodos, é implantada na região do tórax e é programada para fornecer os estímulos necessários.
  • Programação e Ajustes: Após a cirurgia, o neurologista ou neurocirurgião ajusta o aparelho durante consultas regulares para otimizar os resultados do tratamento.
  • Acompanhamento Pós-operatório: A melhora nas crises pode ser esperada em um período de 3 a 6 meses após a cirurgia. Durante esse tempo, o acompanhamento médico é crucial para monitorar a eficácia do tratamento e fazer os ajustes necessários.

A Estimulação Cerebral Profunda (DBS) representa uma esperança significativa para pacientes com epilepsia refratária que não têm outras opções de tratamento eficazes. Embora envolva uma cirurgia cerebral e um processo de acompanhamento rigoroso, o DBS pode proporcionar um controle melhor das crises e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.