Receber o diagnóstico de epilepsia pode ser um momento de alívio e, ao mesmo tempo, desafiador. De um lado, saber o nome do que você tem e ter um caminho mais claro para o tratamento pode trazer tranquilidade. Por outro, a ideia de contar às pessoas sobre o diagnóstico pode gerar ansiedade e incertezas, especialmente devido ao estigma que ainda existe em torno da epilepsia.
Se você está passando por esse momento, saiba que não está sozinho. Decidir compartilhar o diagnóstico com familiares, amigos ou colegas de trabalho é um processo muito pessoal, e cada pessoa pode escolher seu próprio tempo e abordagem. Mas é importante lembrar que quanto mais as pessoas souberem que conhecidos e amigos passam pelo mesmo problema, isso ajuda a diminuir o preconceito e fortalecer laços.
Abaixo, abordamos algumas dicas e reflexões para ajudá-lo a tomar essa decisão e se sentir mais preparado para essas conversas.
- Quem foi a primeira pessoa que você contou?
É comum que a primeira pessoa a saber sobre o diagnóstico seja alguém próximo, como um dos pais, um cônjuge ou um amigo de confiança. A proximidade e o apoio emocional são fundamentais nesse momento. Compartilhar com alguém próximo pode ajudar a aliviar o peso emocional, além de garantir um sistema de apoio inicial.
Dica: Comece com alguém que você sabe que irá ouvi-lo com empatia e sem julgamentos. Essa pessoa pode ser seu ponto de apoio quando você se sentir pronto para contar a outras pessoas.
- Avalie o momento certo
Nem sempre há uma “hora certa” para contar às pessoas, mas é importante respeitar seu próprio tempo e entender que você não precisa divulgar o diagnóstico imediatamente. Você pode precisar de algum tempo para processar a notícia e entender como a epilepsia impactará sua vida antes de estar pronto para contar a alguém.
Dica: Se dê tempo para processar o diagnóstico e entender o tratamento antes de compartilhar. Isso pode ajudá-lo a responder perguntas e falar sobre o tema com mais confiança.
- Escolha suas palavras com cuidado
Cada pessoa pode reagir de forma diferente à notícia, então escolher a melhor maneira de falar sobre a epilepsia é essencial. Explique o que é a condição de forma clara, mas evite se sobrecarregar com muitos detalhes técnicos, a menos que a pessoa tenha interesse em saber mais.
Dica: Uma abordagem simples e direta é geralmente a melhor. Algo como “Fui diagnosticado(a) com epilepsia, o que significa que posso ter crises de vez em quando. Estou seguindo o tratamento e me adaptando” pode ser um bom ponto de partida.
- Prepare-se para reações diversas
Algumas pessoas podem reagir com preocupação, outras com curiosidade, e ainda outras podem não saber como responder. Isso não significa que elas não se importam, mas sim que podem não entender completamente a epilepsia. Este é um momento de educar as pessoas e desmistificar a condição.
Dica: Esteja preparado para perguntas e esclareça que a epilepsia é uma condição tratável e que, com os cuidados adequados, muitas pessoas levam uma vida plena e ativa. Se a pessoa reagir de forma negativa ou com preconceito, lembre-se de que essa é uma oportunidade de educar e mudar a percepção.
- Revelando no ambiente de trabalho
Contar sobre sua epilepsia no ambiente de trabalho pode ser um dos momentos mais difíceis, mas também um dos mais importantes. Dependendo da frequência das crises, pode ser necessário que colegas ou supervisores saibam o que fazer em caso de uma emergência.
Dica: Verifique se há políticas de inclusão no local de trabalho e considere conversar primeiro com o departamento de Recursos Humanos para orientações. Explique sua condição de forma objetiva, ressaltando que você está tomando as medidas necessárias para gerenciar a epilepsia.
- O que fazer se você não quiser contar?
Não há uma regra que obrigue você a divulgar seu diagnóstico de epilepsia. Se sentir que não está pronto(a) ou não há necessidade de compartilhar a informação, está tudo bem. O importante é que a decisão seja sua e que você se sinta seguro(a) com ela.
Decidir contar às pessoas que você tem epilepsia é uma jornada pessoal, e não há um caminho certo ou errado. O mais importante é respeitar seu tempo e suas emoções durante o processo. Escolher cuidadosamente com quem compartilhar, estar preparado para diferentes reações e fornecer informações claras e simples são passos importantes para facilitar essas conversas. Lembre-se: contar sobre sua epilepsia pode abrir portas para compreensão, apoio e solidariedade.
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