A Epilepsia refratária ao tratamento medicamentoso ocorre em 20 a 30% dos casos. Utilizamos o termo refratária ou resistente quando há a necessidade do uso de duas ou mais medicações para as crises. Nesses casos deve ser considerada a avaliação para tratamento cirúrgico.
O tratamento cirúrgico das epilepsias pode ser dividido em: cirurgias ressectivas, cirurgias para desconexão e cirurgias para neuromodulação.
As cirurgias ressectivas envolvem a retirada cirúrgica da área responsável pelas crises.
Quando a retirada da área que causa as crises não é possível pensamos nos outros tipos de cirurgia, principalmente na neuromodulação.
Pacientes com epilepsias primariamente generalizadas (crises que envolvem ambos os hemisférios cerebrais desde o início), ou com epilepsias com múltiplos focos, ou com foco não identificado, podem se beneficiar de procedimentos de desconexão como a calosotomia e da neuromodulação.
As cirurgias de neuromodulação consistem no implante do estimulador de nervo vago (VNS – VAGUS NERVE STIMULATION) e a estimulação cerebral profunda (DBS – DEEP BRAIN STIMULATION).
O VNS é o mais utilizado e foi o primeiro tratamento aprovado utilizando a neuroestimulação em epilepsia, nos Estados Unidos em 1997 e na Europa e Canadá em 2001.
A evidência para eficácia e segurança foi demonstrada em estudos multicêntricos, randomizados e duplo cegos, em pacientes com epilepsia focal que mostraram redução de 50% das crises em aproximadamente um terço dos pacientes.
Os primeiros estudos foram com epilepsia focal, mas com o passar dos anos a indicação do VNS ampliou-se incluindo crises generalizadas e encefalopatias epilépticas.
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