Quando há refratariedade no controle de crises epilépticas (quando as crises não melhoram com medicamentos), nos casos das epilepsias focais devemos avaliar a possibilidade de cirurgia ressectiva.
E o que é a cirurgia ressectiva?
É a cirurgia em que “removemos” o foco de origem das crises.
Porém é importante que tenhamos certeza que as medicações adequadas foram utilizadas para esse tipo de crises e que a investigação necessária foi feita com uma bateria de exames de imagem (como a Ressonância de Encéfalo), eletrofisiológicos (como o Eletroencefalograma e o Vídeo-eletroencefalograma) e metabólicos (como o PET e SPECT), além de avaliação Neuropsicológica.
A cirurgia só é indicada quando vários exames indicam um mesmo foco responsável pelas crises. E pode resultar em grande melhora para esses pacientes.
Como é feita essa cirurgia?
Para que você possa compreender melhor como essa cirurgia é feita, descrevemos a seguir um passo a passo resumido de cada etapa:
1.
Após todos os exames indicarem o foco de origem das crises e decidirmos qual será a cirurgia, explicando riscos para o paciente e para a família, marcamos quando será o procedimento.
2.
O paciente é anestesiado (anestesia geral) e preparado para a cirurgia. O paciente irá dormir durante todo o procedimento.
3.
O cirurgião faz uma incisão no couro cabeludo na região em que deve fazer a ressecção de parte do tecido cerebral. Pode ser que cada caso a ser operado seja diferente e o neurocirurgião estuda antes do procedimento o que fará em cada cirurgia.
4.
Para fazer a ressecção de parte do cérebro também é preciso cortar o osso e uma camada que envolve o cérebro, chamada duramáter. Só então o cirurgião chegará até o local da ressecção do parênquima cerebral.
5.
Após a retirada da região afetada, a duramáter é fechada e o osso recolocado e fixado como antes. Fechamos a pele com pontos que serão retirados após 2 a 3 semanas.
6.
O paciente acorda com o fim da anestesia e deverá ficar na unidade de terapia intensiva por 1 dia pelo menos. A alta hospitalar, em geral, é no quarto ou quinto dia após a cirurgia.
7.
Em geral, o benefício da cirurgia já é percebido no pós-operatório imediato, mas ainda podem haver alguns escapes de crises. Contudo, as medicações anti crises devem ser mantidas e serão reavaliadas após 1 ano se conseguiremos diminuir as doses.
Nunca retire as medicações sem a orientação do seu médico!
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