Epilepsia e Sexualidade

A epilepsia é uma condição que afeta diversos aspectos da vida, e a sexualidade não fica de fora. Pessoas com epilepsia podem enfrentar desafios únicos relacionados à vida sexual, seja por questões físicas ou emocionais, o que torna fundamental uma abordagem cuidadosa e personalizada.

Impacto das Medicações no Desejo e Função Sexual

Muitas das medicações usadas para controlar as crises epilépticas podem ter efeitos colaterais que impactam a libido e a função sexual. Medicamentos antiepilépticos, como os que atuam no sistema nervoso central, podem interferir na excitação sexual e no desejo. Em alguns casos, homens e mulheres relatam dificuldade em alcançar a satisfação plena ou até uma diminuição do desejo sexual.

O que fazer? É importante comunicar qualquer alteração ao médico. Ajustes na dosagem ou a troca de medicamentos podem ser opções para minimizar esses efeitos colaterais, sempre respeitando a necessidade do controle das crises.

Estigmas e Percepção Corporal

O estigma social em torno da epilepsia também pode afetar a confiança e a percepção corporal. A insegurança sobre a possibilidade de ter uma crise durante o ato sexual pode gerar ansiedade, o que interfere no desempenho e na intimidade com o parceiro(a).

O diálogo aberto com o parceiro é essencial. Conversar sobre as preocupações e inseguranças pode ajudar a criar um ambiente de apoio e compreensão. Para muitos, buscar apoio de um terapeuta sexual ou de um psicólogo pode fazer a diferença na construção de uma relação saudável e segura.

Contraceptivos e Epilepsia

Outro ponto importante a considerar é a eficiência dos contraceptivos em mulheres que fazem uso de medicações antiepilépticas. Alguns medicamentos podem interferir na eficácia dos métodos contraceptivos hormonais, como pílulas anticoncepcionais, adesivos e implantes, diminuindo sua ação e aumentando o risco de gravidez não planejada.

Atenção: Para garantir uma contracepção eficaz, é fundamental discutir com o ginecologista e o neurologista quais métodos são mais adequados, levando em conta as interações medicamentosas.

Suplementação de Ácido Fólico

Para mulheres com epilepsia que estão planejando engravidar ou que fazem uso de anticoncepcionais, a suplementação de ácido fólico é essencial. O ácido fólico ajuda a prevenir malformações no sistema nervoso do bebê e é ainda mais importante para aquelas que utilizam medicamentos antiepilépticos, pois alguns podem reduzir os níveis de folato no organismo.

Dica: Converse com seu médico sobre a dosagem recomendada de ácido fólico para garantir uma gestação segura e saudável.

A Importância do Acompanhamento Médico

Manter um acompanhamento médico regular com o neurologista e o ginecologista é essencial para alinhar o tratamento da epilepsia com as necessidades de saúde sexual. Cada pessoa é única, e o tratamento deve ser personalizado para garantir tanto o controle das crises quanto a preservação da qualidade de vida, incluindo a saúde sexual.

Embora a epilepsia possa trazer desafios na área da sexualidade, é possível superar essas barreiras com apoio profissional, ajustes no tratamento e uma comunicação aberta. Valorizar a saúde integral, incluindo a vida sexual, é essencial para o bem-estar e a qualidade de vida de quem convive com epilepsia.